domingo, 1 de novembro de 2009

Angústia Insulada


INTRÓITO

Todo esse tédio, no compasso do tempo
Me vem imagens...
apagadas e danificadas
pelo próprio tempo.
Me vejo pixando muros
e quebrando as vidraças de minha imutável vida vida.
Nas calçadas,
versos perdidos em sentimentos absortos.

ABDICAÇÃO


Renúncio!
A esta vida que é constituída
de cépticos e sofistas,
Procuro uma liberdade intrínseca
Mesmo sendo...
ápode...
áptero...
Prisioneiro desta merda rotineira
E desta tristeza incessante... austera...
Que comprime meu coração
ainda intacto do amor.

INTROSPECÇÃO

Tudo é de tamanha espontânidade
Que nem percebo
Quando fere a alma...
e dilacera.
Pra que entristecer
Já não mais tenho ódio...
Só...
É o que estou
Na imensa, negra e pálida solidão.
Olhando o horizonte
Assim como um vira-mundos ao comtemplar a enorme vivenda.
Me sinto VÁCUO
Nem me resta pensamentos...
Uma mágoa...
Um coração...
Uma triztea que circunda o peito.

ABULIA

...
(...)
Um pássaro canta tristemente uma pavana
as doze badaladas de um relógio ecoam pelos cantos
escoados...
Sanidade é uma virtude?
Não.
Nem deveria ser, para um homem que já não mais é...
...
(...)
E... Por que ouvira um choro
Toda noite através da porta do meu quarto?
Isso me dixava com vontade e ingurgitar,
ao ouvir o choro de uma criança
Maltratada...
Com marcas fitadas...
...pela dor...
...pelo flagelo

Também isto me estigmatizava sobre a face

uma ferida
Exalando ódio
rancor
e sangue.

APOTEOSE

Às vezas sentira vontade de me lançar
Sem medo...
...receio
E esquecer os problemas...
... a vida
Pois a morte
Seria tão somente o contínuo do que já me acontecera
A solidão e a morte
São mesma face, ocultas por sentimentos agonizantes.
Mas, talvez na morte
Eu possa
...
...ser amado.
...ser idôneo!
...ser eterno?

A desistência da vida é a única forma de se assumir que não se perdeu...

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