Enchente Ilude a Inundação da Mente
Quando o mundo parece nublado
Temporais são fecundados no seu peito...
Numa realidade turva
Que perpassa o tempo
E trespassa o vento...
Permanece a ânsia (de sóis)
Ficar a sós...
Acorda no orvalho
E se satisfaz no desejo de
Migrar entre sonhos...
Fuga contínua.
que termina no despertar
(de)novo sonho
Nas primeiras gotas
que escorrem da alma,
quer adentrar no seu desespero.
Chove seco.
Dá vontade de gritar calado,
sentir-se nu,
E no êxtase fluído
Cair em seus pensamentos molhados...
Afoga-se.
Renasce e morre...
não percebe o status quo
de si próprio.
Não sente-se.
Assenta e se percebe mórbido
A pele sem tato
Que queima
em memórias parcas...
O turbilhão de sentimentos
se transforma num rodamoinho
que o eleva sobre as águas
Mas, só o que ele queria
era ser como a mariposa
que sente a leve brisa
sobre suas asas
A(tormenta) o âmago de sua fonte,
de onde provêm todo o líquido
que sacia a sede de sua mente...
Mesmo que tudo ausente,
no desabar da tempestade
O poeta infame sorri da insônia
insano em lágrimas...